Tags: bicicleta, bicicletas, comutação, destaque, segurança, transporte
Tendências para a bicicleta como meio de transporte
Na última semana, apontamos algumas cidades brasileiras que, de alguma forma, dão algum tipo de estrutura para que usa a bicicleta como meio de transporte. Mas e no futuro? O que nós, como ciclistas, queremos? Quais são os projetos, melhorias e tendências para que nos próximos anos as cidades fiquem mais amigáveis à bicicleta?
1 – Sistema de aluguel de bicicletas
O aluguel de bicicletas já é realidade em algumas cidades, como Londres, Amsterdã, Montreal e muitas outras. Aqui no Brasil, há alguns projetos em andamento no Rio de Janeiro, João Pessoa e Blumenau.
Aluguel de bicicletas em Londres
A maior vantagem do sistema de aluguel temporário de bicicletas é o incentivo ao uso da bike para pequenos trajetos ao longo do dia. Com o aluguel, o ciclista não precisa se preocupar onde vai deixar a bicicleta após o uso, ele pode usar o sistema em conjunto com outros meios públicos de transporte e até com o carro.
Um exemplo muito claro de uso do aluguel de bicicletas em São Paulo seria no centro da cidade. Naquela região, é muito complicado andar de carro porque as ruas são estreitas e é muito difícil encontrar estacionamento. O cidadão poderia chegar de metrô até o centro, alugar uma bicicleta e pedalar até seu destino final, por exemplo.
Além de beneficiar as pessoas que alugam a bicicleta individualmente, o coletivo também é beneficiado porque quanto mais bicicletas nas ruas, maior será o respeito dos motoristas. E o sistema também pode incentivar quem nunca pensou em pedalar a experimentar a bicicleta.
2 – Bicicletários bem estruturados
De que adianta a pessoa se propor a usar a bicicleta como meio de transporte se ela não vai encontrar locais seguros e adequados para guardar a bicicleta espalhados pela cidade?
Projetos como este estacionamento vertical de bicicletas no centro da Filadélfia (EUA), em um local atualmente ocupado por um estacionamento, devem ser aprimorados e exportados para outras metrópoles.
No projeto da Filadélfia, além de mais de 600 vagas de bicicletas, está prevista a instalação de uma oficina, um café e vestiários para os ciclistas.
É claro que uma estrutura desse tipo é uma coisa muito avançada e difícil de ser reproduzida. Mas já agradecemos se o número de bicicletários se expandisse e não ficasse restrito às estações de metrô e trem das cidades.
3 – Ciclofaixas e ciclovias
A criação de novas ciclovias e ciclofaixas é provavelmente a maior tendência para as cidades que pensam a bicicleta como uma alternativa ao carro. No Brasil, já existem algumas iniciativas das Prefeituras para melhorar as condições para os ciclistas que pedalam nas cidades. Porém, a maioria das cidades brasileiras ainda está longe de ter condições boas e seguras para os ciclistas circularem no trânsito urbano.
Ciclovia da Marginal Pinheiros, em São Paulo
É importante ressaltar que a ciclovia por si só não vai garantir que as pessoas usem a bicicleta. Ela precisa ser projetada para percorrer pontos estratégicos da cidade, interligar as regiões e ser bem acessível.
Além disso, é impossível ter ciclovias e ciclofaixas em todas as ruas de uma cidade. Então, ela deve ser usada especialmente em grandes avenidas e vias mais perigosas. Nas outras vias de menor tráfego, o ciclista pode e deve continuar pedalando pela rua e, de preferência, sendo respeitado pelos motoristas.
4 – Incentivo à comutação
Para que cada vez mais pessoas passem a usar a bicicleta como meio de transporte, é necessário que a administração pública facilite o uso combinado da bike com outras formas de transporte, como o ônibus, metrô e trem.
A comutação em grandes cidades brasileiras ainda é incipiente, com exceção do uso que os ciclistas fazem da balsa que liga Santos ao Guarujá. Em São Paulo, por exemplo, é impossível entrar com a bicicleta nos vagões em dias de semana (somente após as 20:00 horas), sendo que o uso é apenas liberado aos fins de semana, após as 14:00 do sábado.
Um ônibus com um rack para bicicletas na parte da frente, muito usado no exterior, está em fase de testes em São Paulo. Este é um projeto que pode dar certo e facilitar muito a vida dos ciclistas da cidade.
5 – Estrutura em empresas
Muitas vezes, é fácil reclamar da inércia dos governos e colocar a culpa pelo baixo número de pessoas usando a bicicleta como meio de transporte nas deficiências da administração pública. Mas um grande problema apontado por aqueles que querem trabalhar de bicicleta, mas não conseguem, é a falta de estrutura na própria empresa.
Pode parecer absurdo, mas é muito grande o número de empresas, escritórios e repartições públicas que não oferecem nem um simples paraciclo ao ciclista. O que algumas poucas empresas têm feito, e que deve ser tendência para os próximos anos, é oferecer um vestiário adequado, com armários individuais, para incentivar os funcionários a irem de bicicleta ao serviço. Afinal, funcionário que chega pedalando trabalha mais feliz e com mais disposição, não é?!
7 Comentários Envie seu Comentário
Compartilhar Facebook Twitter