O mercado das bicicletas elétricas
Este post faz parte de uma série de testes que o Eu Vou de Bike fez com uma bicicleta elétrica durante uma semana. Para ver como foi a experiência, clique aqui.
A indústria só descobriu recentemente o grande potencial da bicicleta elétrica. Desde os anos 80, companhias japonesas como a Panasonic, Yamaha e Sanyo têm feito experiências com “pedelecs“, mas fora de Japão não houve verdadeiro interesse pelo assunto.
Recentemente um vento forte – ou um furacão – de interesse pelo e-cycling (ciclismo elétrico) surgiu de outros dois expoentes do ciclismo: a China pelas bicicletas elétricas com aceleração independente e a Holanda pelos “pedelecs”, bicicletas de pedais elétricos.
Atualmente, a grande questão é se a bicicleta elétrica conseguirá suprir as necessidades de ciclismo elétrico do consumidor ou se a indústria automotiva (carros/motocicleta/scooters) vai “roubar” o mercado da indústria da bicicleta.
Em seu artigo “A Revolução Silenciosa das Bicicletas Elétricas”, o fundador da General Wings, Ricardo Marques De Féo, afirma que “não precisa ser um cientista ou visionário para predizer que o transporte elétrico de duas rodas ecológico vai causar a maior revolução na indústria da bicicleta. É literalmente uma revolução silenciosa”.
Um pouco mais de informações sobre o assunto:
Na China, de um total de 35 milhões de bicicletas vendidas em 2008, 20 milhões ou quase 60% foram bicicletas elétricas. Uma bicicleta elétrica comum chinesa custa 1.400 RMB (cerca de R$ 350,00), sendo 3,5 vezes mais cara do que uma bicicleta comum.
Na Holanda, ainda nesse ano, as vendas de pedelec chegarão às 200.000 unidades. Isso é 15% do total do mercado holandês em unidades, mas 40% do mercado em valor. O preço médio ao consumidor de um pedelec holandês está em torno de 2.000 Euros (quase R$ 4.500,00) enquanto uma boa bicicleta comum holandesa é vendida por 750 Euros (um pouco mais que R$ 1.500,00) 2,5 vezes menos aproximadamente.
Na França, os números são ainda mais surpreendentes: pedelecs absorverão de 2% a 3% do mercado com um preço médio de 1.000 Euros (cerca de R$ 2.200,00), seis vezes mais do que uma bicicleta comum francesa.
Para enfatizar mais estes números, na feira internacional de Bicicletas da Europa, a Eurobike/Alemanha de 2008, havia apenas um número próximo de 15 expositores baseados exclusivamente em “bicicletas-elétricas”. Um ano depois, na Eurobike/2009, já havia mais de 50 expositores trabalhando com o tema. E o que é mais impressionante, 95% deles não eram chineses, mas europeus em sua grande parte e americanos.
Ainda nas palavras de Ricardo, “a mágica das bicicletas elétricas é a combinação de um pacote dourado de virtudes: por um lado estimulando a boa forma e saúde e satisfazendo a necessidade de uma consciência ecológica e, por outro, dando o conforto e conveniência de não suar”.
E ele conclui dizendo que “com certeza, a onda que vem por aí é uma onda comercial verdadeira e enorme, pois aparte da influência internacional, o cenário brasileiro é um terreno fértil para as bicicletas elétricas, ou para os Light Electric Vehicles em geral. Na tradução correta, “veículos elétricos leves – bicicletas, triciclos e scooters, elétricos abaixo de 100kg de peso”.
Se pensarmos no cenário acima, realmente ele tem razão, pois:
– o Brasil é um grande produtor de energia elétrica limpa, a partir de hidroelétricas;
– o aquecimento global é tema de primeira grandeza para um país que detém a maior parte da floresta-amazônica;
– a ausência de planejamento viário nas grandes cidades não sai das manchetes;
– a economia diária que se consegue alcançar com o uso de uma bicicleta elétrica extrapola qualquer possibilidade já discutida no exterior;
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